O trabalho espontâneo

"Escrever é ter a companhia do outro de nós que escreve."

Mês: abril, 2010

À minha amante

Aquece meu corpo com teus beijos
Suaves carícias, ondas de prazer
Despe-me da solidão a que habito
Ressuscita meus desejos borbulhantes
Sacia-me como um amante
Deslumbrado por tuas curvas, chegando a sofrer

Contigo lambi os lábios da vida, essa louca entorpecida
À flor da boca, a pele do mar…
Em você encontrei uma libido vadia
Bombeando força
Querendo vibrar

Ama-me sem pressa, com poucas palavras
Com tuas mãos quentes, tua boca molhada
Encontre nos meus braços a porta do paraíso
Prazer tão completo, indecência dos humanos
Seja pelas bocas do profeta, pelas penas do poeta
Vem…

Morro ao saber e sentir que gozas o momento
Que saboreias o instante final
E que bem lentamente você morre
De amor… Amores…
Com o mais suave e delicioso prazer
De viver, de amar, de morrer.

Bagagem

Escrevo em linhas gastadas todo meu sentimento
Escrevo em cartas passadas todo meu arrependimento
Escrevo em marcas guardadas o que não cessa e não me deixa viver
Faço-me presente; tudo já me é passado
Estou passando, passado, presente
Futuro?
Passado. Escrito. Passando.

Fez-se nos palcos

 

Quero ser acordado, ser desligado de todo esse comodismo
O que menos importa é a dificuldade de livrar-me,
Estando lá fora o perigo será meu melhor amigo.
Mas, e se não tiver volta? E se na hora eu ver que minha revolta era contra um bem preciso?
Quero voltar pra minha aurora, aonde me necessito.
Já não sei mais o que quero, esperarei tornar-me conciso.
Abra as cortinas!
Faça-me o seu atrativo!
Engano a platéia, e adormeço num mundo perdido.
Mergulharei nos profundos ares,
Voarei nos frescos oceanos
Entrarei nas odisséias de Kubrick
E viverei dos sonhos de Kurosawa.
Desculpe-me de um moralismo batido,
Quero livrar-me desse meu falso idealismo
Mas e se ficar arrependido?
Será que foi um tempo perdido?

Fillim

Não sei fazer apresentações, muito menos definições.  Então que comecem as elucubrações!